terça-feira, 12 de maio de 2009

O cadáver publicitário


Terminei de ler o livro "A publicidade é um cadáver que nos sorri" do Oliviero Toscani (a cabeça por trás das campanhas da Benetton). Pra quem já viu as campanhas da Benetton, eu não preciso dizer que o cara é muito bom, mas se você não conhece, procure conhecer pois acredite, você não viu nada de publicidade se não conhece essas peças.

Elogios à parte, Toscani usa o livro para mostrar sua opinião sobre a publicidade e defender o ponto de vista usado em suas campanhas. Conta várias histórias de como suas campanhas foram censuradas e critica o modo de se fazer publicidade. Inclusive dedica o primeiro capítulo inteiro do livro para falar desde mundo fictício da indústria da propaganda. O mundo das pessoas magras, saudáveis, bonitas, sorridentes, bem sucedidas e de dentes brancos.
Se as artes já usam a estética da feiúra a muito tempo para criticar e questionar a realidade, porque a publicidade não pode fazer o mesmo?
Neste ponto concordo com Toscani, a publicidade não deve ser só um instrumento de venda de ideais mentirosos, ela também pode ser um instrumento de denúncia e formação de pensamento crítico.



Ele sempre trabalhou temas polêmicos, como racismo, aids, guerras e sexualidade. E sempre foi tratado como criminoso por isso, como um explorador do sofrimento alheio e não como um crítico do descaso. Se alguém comete um crime na propaganda, essas são as outras campanhas convencionais que cometem o "crime de inutilidade social, mentira, contra a inteligência, persuasão oculta, adoração as bobagens, exclusão e racismo, contra a paz civil, contra a criatividade e contra a linguagem".

"A publicidade não vende produtos, mas um modo de vida, um sistema social. Ela oferece o modelo padrão de existência ocidental feliz, com flocos de milho pela manhã, hambúrgueres ao meio dia, Ford para ir às compras e coca-cola para a sede de hoje." Publicidade eu te amo! E por isso acredito numa publicidade mais engajada, com senso crítico, que saiba utilizar o poder do mercado em favor do consumidor.

Um comentário:

Solano disse...

como eu te disse... eu adoro publicidade... por acidente do destino (ou ambição mesmo) eu to fazendo direito depois de começar não ter concluído ciências sociais (UFPA), informática (CEFET), teatro (Escola de Teatro/UFPA) e jornalismo (Unama)... mas pretendo fazer publicidade ainda um dia.... rsrsrsrs
ah... e não esquece que eu quero esse livro emprestado depois que o guga lê-lo. beijos